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Formada em Marketing pela Universidade Paulista, com MBA em Gestão de Negócios pelo Inper. Carla é empreendedora, escritora, consultora e palestrante de diversos fóruns, congressos e organizações, além de ser professora do MBA Executivo da FVG, com a matéria de Gestão da Mudança e Clima. Também é autora do livro "O Dono da Historia", sobre liderança, cultura e protagonismo.

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A Carreira e a Família Postado em: 01/07/2017

Muitas vezes somos flagradas pela culpa. Acho que este é um dos sentimentos que mais rondam a vida de uma mulher que tem uma carreira, que deseja ter uma carreira ou é empreendedora. As empresas exigem muito e quanto mais alto seu cargo maior é a exigência, não tendo muito horários e isto ainda se agrava quando você trabalha em uma multinacional e seu chefe mora em outro país. Reuniões via internet na madrugada, aos finais de semana ou ainda naquele feriado que você tinha planejado passear com a família. Estes são dilemas que rondam a vida de uma mulher que é mãe e resolve ter uma carreira.

Junto com isto, vêm os olhares das pessoas que não entendem seu desejo de ter um lugar no mundo, de pessoas que não entendem o prazer de se ter uma carreira executiva, de ter sucesso profissional por pensarem diferente e terem feito escolhas diferentes que você.

Muitas vezes estes olhares vêm de pessoas que não tiveram a sua coragem. A coragem de enfrentar os padrões sociais de uma cultura que ainda tem influência do machismo, onde mulher tem que ficar em casa cuidando da família.

Acredito que todos podem ser o que desejam, uma mulher pode sustentar o lar e um homem pode cuidar da casa. Já ouvi pessoas dizendo que são papéis invertidos e eu descordo, acho que são apenas papéis e cada um está contribuindo com o que pode. Um casal por exemplo, pode ter uma parceria, onde o homem quando cuida dos filhos não faz favor algum, os filhos também são deles, mas muitos pensam assim, que ao lavar uma louça estão fazendo favor. Ora, todos comem e sujam a louça, assim, nada mais coerente que ajudar a limpar a sujeira. É um trabalho de parceria e não um trabalho de homem ou mulher.

Ser mulher, ter uma carreira e ter filhos é ainda sentir que você deve todos os dias e para todos os lados. Este é o fantasma que junto com a culpa, nos assombra com o sentimento que devemos para todos os lados. Um sentimento equivocado que faz parte da nossa cultura. É viver como equilibrista em função da pressão social. Ao longo de décadas as mulheres dedicaram suas vidas a cuidar da casa e da família e agora temos a primeira geração de mulheres executivas se aposentando. Estas mulheres tiveram como exemplo de liderança os homens e muitas atuaram como tal, cobrando de suas equipes mulheres o mesmo padrão de comportamento.

Há 15 anos, fiz uma pesquisa para um grupo de diversidade com foco em mulheres e li um trecho de uma tese defendida por uma fonoaudióloga na USP em que as mulheres estavam empostando a voz como homem no mercado profissional, seguindo o padrão de sucesso que elas conheciam. Não creio que o cenário tenha mudado radicalmente, mas vejo que tem melhorado. Embora tenhamos avançado, muitas crenças precisam ser quebradas dentro de nós. Que cada um pode liderar no seu estilo, valorizando o que justamente nos faz mulher.

Para ser mulher e ter uma carreira é importante saber negociar, com família, com os filhos, com o chefe, com sua equipe, com o cliente ou com fornecedores. É ter clareza de nossas prioridades e que em alguns momentos da vida elas irão mudar, mas o jogo de cintura que desenvolvemos ajuda a organizar a vida e encontrar o trilho para cada coisa. É acertar mesmo achando que estamos erradas.

Ser mãe, mulher e executiva ou empresária é quebrar o paradigma de 50% para cada lado, pois os 50% de cada pessoa varia. O desafio é aceitar que não seremos 100% em tudo e o tempo todo, somos mulheres e seres humanos e não super-heroínas mesmo que nossos pequenos muitas vezes nos vejam assim.

Tem dias que iremos doar 100% para a carreira e terão dias que precisaremos dedicar 100% aos filhos. Ser mãe, mulher e ter uma carreira não tem uma conta exata, mas as partes podem somar muito mais que 100%. A maestria é ter muita consciência das atitudes, dos porquês e desenvolver o autoconhecimento para saber onde apertar e que horas soltar.

Ter uma carreira e uma família com filhos, muitas vezes cansa, desgasta, enlouquece mesmo, tem dias que dá até vontade de sentar no chão e chorar como criança, mas não fazemos isto, devemos nesta hora, canalizar esta energia e aprimorar habilidades em planejamento, disciplina, foco e liderança. Ser mulher e ter uma carreira é importante para termos senso de propósito e não sentirmos a dor do ninho vazio quando nossos filhos começarem a voar.


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