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Neuropsicóloga especializada em Psicologia Clínica e Organizacional. Master Coach com Certificação Internacional pela Behavioral Coaching Institute e International Coaching Conselho. Pós-Graduada pela Universidade da Inteligência - P.E.N.C.A.T. Sócia diretora da Constelação Empresarial em RH/Coaching.

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A dança das cadeiras em tempo de pandemia Postado em: 07/06/2021

O mundo está vivendo um momento desafiador e complexo, como jamais visto em tempos recentes da humanidade.

As pessoas em grande maioria, sentindo-se inseguras, diante de tantas incertezas e ameaças que a vida tem apresentado como desafio de sobrevivência e ressignificação do sentido das coisas que realmente importam.

Certamente, alguns, dirão que a família, os pais, os amigos, são bens preciosos e representam porto seguro diante de tantas vidas ceifadas precocemente. O trabalho, que sempre gerou significado, passa a ter um valor exponencial. Representa quase a própria vida. É a dignidade em ação. É o propósito. É com ele, que conseguiremos levar a vida adiante e dar sentido aos sonhos, desejos, ideias, riquezas, liberdade e conquistas, não obstante as saudades abrigadas nos corações de quem perdeu seus entes queridos, nesta tragédia global, causada pelo Covid-19.

Este evento, tem como consequência, profundas mudanças no comportamento da humanidade. Da perspectiva empresarial, as organizações, passarão a considerar o Home Office como oportunidade de continuar realizando suas atividades. O impacto nas relações de trabalho será de magnitude, sem precedentes, na história recente da sociedade produtiva. As relações de trabalho, sofrerão profundas mudanças. Para alguns, será ótimo e super atual, poder estar empregado e fazer as suas entregas de qualquer lugar do Planeta. Para outros, extremamente ameaçador. Não somente para a cadeia de negócios, que se relacionam com o modelo de prestação de serviços, aos quais estão habituados, mas também, haverá impacto nas relações sociais e na maneira como as pessoas passarão a se relacionar com a empresa onde  constroem suas carreiras.

O trabalho, é fonte de vida que nunca cessa. É através dele que realizamos grandes sonhos e nos construímos como pessoa. Produzimos desde as coisas mais singelas, as mais inimagináveis. Mas, ele também, produz relacionamentos, interações, amizades, vínculos, que representam patrimônios intangíveis. Faz parte do cotidiano de cada um de nós, ter rotina, manter hábitos, fazer amigos, ir ao trabalho, compartilhar e construir vínculos afetivos.  É tão natural, que geralmente, somos incapazes de avaliar o quanto as relações sociais, trazem significado para as nossas vidas. Nas empresas, a cultura organizacional, é consolidada pelos valores agregados de seus colaboradores. Estar no trabalho, junto com as pessoas, nos dá sentimento de pertencimento. O ser humano, precisa pertencer. A convivência com outras pessoas, não só contribui para o desenvolvimento individual, como também, para as relações do tecido social organizacional. As tarefas realizadas em equipe, transformam o ser humano, para melhor. Geram ideias inovadoras, que contribuem para a construção de novas oportunidades de negócios, desenvolvimento de projetos, mas também, geram vínculos, que trazem significado e prazer para todos os envolvidos. É através do trabalho, que construímos uma identidade, que diz quem somos, e, por ela, somos reconhecidos em toda parte, e nos reconhecemos, pertencendo a um lugar no mundo.

A pandemia nos deixou solitários e distantes do convívio social. Os movimentos coletivos e individuais pelos aplicativos e ferramentas virtuais, tornaram-se o caminho que encurta a saudade, mas não substitui o abraço, o olhar sincero de um amigo, um flerte no boteco, uma gargalhada entre colegas de trabalho, num final de tarde. Tudo faz falta. Quando o indivíduo se aparta do seu cotidiano e isola-se nas tocas das casas e apartamentos, trabalhando no regime charmoso e quase prisão, Home Office, nos primeiros dias, tudo é liberdade. Com o passar do tempo, tudo é exaustão. O tédio, passa quase despercebido por quem experimenta a estranheza no vazio, da ausência da presença das pessoas. O cansaço que começa a ser sentido no decorrer do dia, causa desconforto. O expediente fica estendido, nunca termina. Somos escravos do tempo e da disponibilidade.

Nestes novos tempos, as ferramentas de controle, perderão o seu objetivo. O que fará sentido, será a entrega dentro dos prazos acordados e com a mesma qualidade que costuma-se ter como parâmetro dentro das empresas. Como o tempo é gerido e como serão estabelecidas as prioridades, dependerá muito, de quem estiver do outro lado da mesa. O compromisso, a confiança, a produtividade, dependerá do nível de autogestão de cada pessoa. As lideranças serão desafiadas, para fazer com que os seus liderados continuem não somente prestando serviços, mas também sendo desenvolvidos por eles.

Muito se perderá em termos de valor agregado decorrente da vida cotidiana nas empresas. O tempo dirá e mostrará o quanto as fobias e escapes emocionais, farão parte do processo de adoecimento do trabalho solitário e virtual que passou a existir, e, em alguns casos, continuará de forma permanente. Em tempo de pandemia, em que o medo e a angústia, são frequentes, a situação do profissional, fica muito mais sensível e crítica. Já é visível, a inquietação e irritação das pessoas, sem motivo aparente.

É preciso refletir sobre estas coisas. As relações sociais, despretensiosas, Network, geram sociedades mais fluidas, mais alegres, mais integradas e mais saudáveis.  

Autoria: Isabel Spíndola

Neuropsicóloga e Master Coach

@escritoraisabelspindola

[email protected]

www.constelacaocoaching.com.br

 

 

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